Nunca fui ao Coachella, bombardeada por fotos com bóias de flamingos, roda gigante e looks boho, já me sinto “farta”. Não fui e enjoei. Para o São Paulo Fashion Week, pensei em usar as incensadas tranças boxer, mas depois da décima blogueira apostando na “tendência”, desisti. Tenho certeza que não sou a única. Esse sentimento de Déjà vu, é uma constante nos dias de hoje. A culpa? Sim, é claro, das redes sociais.
O calendário da moda foi obrigado a se modificar. Aqui e lá fora o esquema´see now, buy now´ é adotado por cada vez mais marcas. A Riachuelo levou isso ao pé da letra com o seu desfile da coleção em parceria com Karl Lagerfeld: araras com as peças recém desfiladas entraram, literalmente, na passarela logo após as modelos. A coisa foi mais rápida que um Snapchat! Instantâneo.
Na contramão desse movimento, no mesmo SPFW, importantes players do mercado, atuam na direção oposta. A estreia da marca À la Garçonne com Alexandre Herchcovitch, que tem em seu DNA o reaproveitamento de matérias vintage, aponta para um moda consciente. Paula Raia, com seu rico trabalho manual, com peças que demoram até 4 meses para serem feitas, mostram que o “slow fashion”, também tem seu lugar. Dicotomia fashion elevada a máxima potência.
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