Vida de Influencer, com Lari Duarte

01/09/2021 - por Malu Pinheiro

Conhece aquela expressão “desde que a internet era mato”? Pois bem, é desde essa época que Lari Duarte (@lariduarteoficial) vem se aventurando dentro da web – nas mais diversas plataformas. Carioca e formada em jornalismo, Lari tem sua vida acompanhada por 422 mil seguidores no Instagram. Tudo começou em 2011, quando decidiu criar um blog para dar dicas sobre diversos assuntos. E o hobby virou profissão: mais de 10 anos depois, e após algumas adaptações, a influenciadora mantém público fiel em seu perfil.

Viagens, gastronomia, cultura e, claro, moda – são alguns dos assuntos que Lari comenta em suas redes sociais. “Eu falo daquilo que eu gosto, e eu não gosto de um assunto só”, comenta a influenciadora que acredita que esse lifestyle é o que atrai e promove identificação entre suas seguidoras.

Fã de closet minimalista, um dos seus próximos passos é criar uma marca e depender menos das redes sociais. Abaixo, um papo sincero que We Pick teve com a Lari – sobre sua história, gostos e, claro, vida de influenciadora. Confira:

Como e quando você entrou no mundo da internet?
Eu entrei no mundo da internet já tem uns 11 anos. Se eu não me engano foi em 2010. Eu sou formada em jornalismo e, quando eu terminei a faculdade, eu estava trabalhando com marketing de moda – eu trabalhava no marketing de uma marca de sapatos. Naquela época, eu sentia muita falta de escrever, de trabalhar com o jornalismo em si. Foi nesse período também que começaram a surgir os blogs. Todo mundo tinha blog como hobby – o blog não era uma profissão, né? Aí eu decidi ter também e sem pretensão alguma. Criei no Blogspot de graça e a única coisa que eu coloquei como meta é que eu faria um post de segunda a sexta. Todo dia teria um post com uma dica. E isso é algo que eu levo até hoje! Desde o início eu não foquei apenas em moda, eu sempre falei de tudo o que falo até hoje: restaurante, beleza, tendência de moda… Tudo sempre relacionado a minha própria vida!

E quando você percebeu que essa era a sua profissão, influenciadora?
Chegou um momento em que começaram a aparecer trabalhos. Não logo no início, claro, mas alguns anos depois começaram a aparecer propostas. E teve uma ocasião que foi um grande clique para mim. Foi quando teve o Vogue Fashion’s Night Out no Fashion Mall em 2012. O shopping havia me contratado para ser uma das embaixadoras do evento – e a marca que eu trabalhava também tinha ações na loja. Eu fiquei completamente maluca porque eu não conseguia coordenar as ações na loja e fazer o conteúdo que eu tinha como obrigação de trabalho, de registrar o que estava acontecendo no shopping para eu mostrar depois no blog – saudade dessa época, até! Eu lembro de eu conversar com a minha mãe, estressada com a correria, e aí ela falou para eu ficar só com o blog. Eu já estava recebendo por aquilo, não era mais algo zerado, e notoriamente era o que eu mais gostava de fazer. Resolvi pedir demissão e fiquei só com o blog.

O evento que fez tudo mudar

O blog ainda existe?
Sim, ele ainda está no ar! Assim, não me responsabilizo por ele, mas ele existe. (risos)

E como foi quando criaram o Instagram? Como foi pra você entender a ferramenta? Você curtiu?
Para mim foi fácil porque eu gostei logo de cara. Eu comecei cedo no Instagram porque eu gostava dos filtros. Eu pegava a foto do Instagram, com o filtro, e usava no blog. Então, na verdade, eu fazia o processo contrário. Eu achava muito legal aqueles filtros que, no início, eram bem carregados. Eu me adaptei muito bem com o Instagram! Mas, por exemplo, hoje em dia eu já não amo o TikTok – tenho super uma questão e até mesmo uma cobrança com isso. Eu tinha que estar mais tempo presente no TikTok, mas ao mesmo tempo não é algo que eu ame.

O que você acha que mudou nesses últimos 10 anos?
O timing é algo que mudou completamente. Hoje em dia a gente tem que estar no tempo real. Imagina, você nunca vai cobrir um evento e postar no dia seguinte! Mudou também a forma de se comunicar e agora o forte é o vídeo. Quando teve a mudança para o Instagram, muita gente já não acompanhou. Eu lembro de blogs gigantes na época, que eu super admirava, e que não conseguiram ter essa virada para o Instagram. E eu sinto que agora está tendo essa questão para o vídeo. Quem não tem desenvoltura e conteúdo nos Stories, por exemplo, acaba tendo um trabalho mais difícil. Nesses anos todos foi isso que eu percebi: quem sabe se adaptar, continua!

Qual foi seu segredo para continuar depois de tanto tempo? Foram as dicas diárias?
Na época, muita gente falava que eu precisava ser mais “nichada”(focar em um nicho) – e até hoje muita gente fala isso. Focar só em looks, por exemplo. Mas eu já cheguei à conclusão de que eu não gosto de um assunto só. Pode ser que eu perca? Pode ser, mas eu prefiro ter os segmentos que eu gosto de falar e tento estar abordando todos eles.

Foto: Arquivo pessoal Lari Duarte

O que fez você virar uma influenciadora?
Pode parecer clichê, mas eu realmente acredito nisso, eu acho que é porque eu gosto. A longo prazo, todas as pessoas que ficam é porque realmente gostam de forma genuína disso. Quando se torna algo que a pessoa só aparece quando é uma publicidade, mais do que nunca as pessoas percebem e não querem mais isso. Então, a longo prazo, até pela cobrança de cliente quando o negócio vira trabalho mesmo, só continua se você realmente gosta daquilo.

E onde você se vê daqui a 10 anos?
Olha, sabe que eu consigo me imaginar? Eu acho que eu vou continuar compartilhando a minha vida nas redes sociais – nas que tiver, mas eu quero cada vez mais trabalhar com o meu nome. Eu pretendo montar a minha marca, em breve, depender menos da rede social e usá-la ao meu favor para outros negócios. É o que eu pretendo!

Mas, marca do que? De moda?
Sim, moda! Tenho vontade de criar uma marca de sapatos ou até mesmo de beachwear, que é outro assunto que eu gosto. Agora eu estou em uma fase que a minha vida pessoal está demandando muito de mim, então deixei esse projeto mais para o ano que vem.

Você tem mais de 400 mil seguidores, o que elas procuram em você?
Eu realmente acho que é o combo, mais uma questão de lifestyle. As pessoas confiam muito no meu gosto. Viagem para mim, por exemplo, é um segmento fortíssimo – é claro que agora na pandemia eu não estou viajando tanto, mas eu sempre recebi muita mensagem de gente dizendo que seguiu a minha dica, viu o meu roteiro… Outro assunto que eu percebo que as pessoas salvam e compartilham bastante é cultura, dicas de filme, séries… Então, é um combo. A pessoa se identifica comigo, com o que eu gosto, com o que faço no final de semana. Muitas pessoas também me acompanharam ao longo desse tempo, estão no mesmo momento de vida que eu. E eu também super entendo quem para de me seguir porque está em uma fase diferente de vida.

Qual o formato que você mais gosta para passar o seu dia a dia?
Eu gosto muito dos Stories. Já fiz muito vídeo de look, na época que ainda nem existia o Reels, e é algo que eu quero retomar, mas atualmente fico mais nos Stories mesmo!

Falando de moda, se você pudesse definir o seu estilo, ele seria o minimalista? Por quê?
Eu sou uma pessoa mais clássica. Não sou uma pessoa muito estampada, por exemplo. Eu até uso roupas coloridas, mas normalmente escolho alguma cor em produções monocromáticas. Eu sou uma pessoa que tendo a gostar mais das coisas que não cansam, então eu acabo tendo um closet muito mais minimalista mesmo.

 

Home do blog que Lari criou em 2011 – e que ainda é atualizado

Como isso funciona na prática, no seu dia a dia mesmo?
Olha, eu gostaria de planejar mais. Na realidade, a gente está sempre correndo ou atrasada. Eu sempre tenho um jeans e uma camisa branca fácil à mão! Também tenho umas combinações prontas, que eu sei que funcionam. Aquela calça rosa com aquele blazer e blusa que também vai bem – e aí é só ir adaptando os acessórios.

Mas tem alguma peça-chave ou look curinga?
Eu diria que a minha peça-chave é uma camisa e um blazer branco. Nessa época do ano, por exemplo, eu sempre saio com uma gola alta, blazer e uma calça – branco ou preto, o que acaba sendo super minimalista.

E essas dicas você passa para as suas seguidoras, né?
Bastante! E eu acho engraçado que às vezes e faço uma publicidade para um cliente com um look que é muito colorido ou tem uma estampa, mas é quando eu estou mais básica no meu dia a dia que as pessoas mais gostam. Isso é identificação! É um ótimo termômetro para mim.

Menos é mais, então, faz sentido para você?
Com certeza! Durante esses 10 anos, eu fiz uma formação de Consultoria de Imagem. Inclusive, para quem pode, acho que todo mundo que gosta de moda deveria fazer porque você começa a perceber que você precisa de menos peças do que pensa. Eu tenho uma tendência, quando eu estou gravando, de exemplificar o uso de uma peça de diferentes formas – isso é algo que eu gosto! Eu tendo a comprar saia com blusa, e não vestido, pensando que você pode usar de formas separadas. Ser uma vítima da moda, estar sempre abarrotando o armário, não combina comigo!

E, por último, você acha que sua formação em jornalismo te ajudou a ser influenciadora?
Muito! Quando eu terminei a faculdade e fui trabalhar com marketing, eu não imaginava que eu iria usar tanto o que eu fiz na faculdade. Hoje em dia, por exemplo, que a gente está nessa fase de vídeo, se uma marca me contrata, eu gosto de sentar e criar o roteiro. Eu acho que esse conhecimento me ajudou e me ajuda muito hoje em dia. Eu vejo pessoas do meio que terceirizam essas funções – e nada contra, mas eu gosto. Para mim não é um problema nenhum essa parte criativa! Eu adoro!

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