Enquanto Virginie Viard começou o segundo dia de desfiles resgatando elementos clássicos da Chanel, Giorgio Armani encerrou a noite apresentando uma nova versão de si e das mulheres que veste

Inaugurada com desfiles impactantes e convidados célebres, a Semana de Alta-Costura teve sequência com altas expectativas do público.

Uma das etiquetas mais aguardadas da temporada, Chanel apresentou as novas peças, ditando o tom para o restante do dia. A palavra-chave foi: diversão.

Confira os principais destaques:

Chanel

Fotos: Vogue Runway/Reprodução

A alta-costura de Virginie Viard tem, como principal fonte de inspiração, o balé, dança que aparece na história da etiqueta desde a época de Gabrielle “Coco” Chanel, quando, em 1924, a fundadora da maison desenhou o figurino para a produção do Ballets Russes de “Le Train Bleu”.

Do universo das bailarinas, além das meias-calças brancas, a diretora criativa resgatou o tule, o volume e os tons pastel, enquanto, para representar a identidade da maison, o tweed foi eleito o representante oficial. A passarela ganhou jovialidade com estampas e vestidos em comprimento mini, e o glamour ficou por conta do brilho.

Foi destaque também o set que serviu de plano de fundo para o show, que foi criado pelo cantor norte-americano Kendrick Lamar, o filmmaker Dave Free e o diretor criativo Mike Carson. O elemento central foi um gigante botão, objeto que também foi ponto focal no teaser da coleção, dirigido por Lamar e Free e estrelado por Margaret Qualley.

Armani Privé

Fotos: Vogue Runway/Reprodução

Dessa vez, o desafio que Giorgio Armani se propôs na coleção de alta-costura foi se afastar do que as pessoas já associam à etiqueta que leva seu sobrenome. Sem tema ou conceito específicos, a ideia central era criar looks para diferentes mulheres, um diferente do outro, todos fora do comum.

A coleção, a que o próprio diretor criativo chamou de “Haute Couture en Jeu”, demonstra seu desejo por brincar com a moda e ousar, sem a preocupação de seguir regras ou expectativas.

A diversão que guiou o designer esteve presente nas peças extravagantes, em cores vivas, silhuetas volumosas, tecidos que brilhavam e bordados luxuosos de cristais. Definitivamente, uma coleção para quem tem atitude.

Alexis Mabille

Fotos: Vogue Runway/Reprodução

Exaltando a ultrafeminilidade, a coleção de alta-costura de Alexis Mabille, “Mirror, Mirror”, celebra as várias facetas que uma mulher pode assumir, graças ao vestuário e à maquiagem. O conceito foi traduzido, de forma literal, em dois vestidos com figuras em paetê — em um deles, uma boca com batom vermelho, no outro, um olho com um caprichado delineado.

Enquanto as duas peças garantiram um toque lúdico ao show, vestidos inteiros de renda imprimiram uma sedução elegante. Com uma paleta predominantemente neutra, silhueta e texturas foram responsáveis por chamar a atenção; a cintura marcada, já explorada pelo designer em outras temporadas, voltou a aparecer, equilibrada com laços gigantes e elementos bufantes.

Ronald van der Kemp

Fotos: Vogue Runway/Reprodução

Um dos grandes impulsionadores do upcycling, van der Kemp surpreende ao criar peças únicas e originais. Há 10 anos, a casa cria peças de alta-costura a partir de materiais nada usuais, inspirando uma moda mais sustentável, consciente e inovadora.

Na primavera de 2024 da etiqueta, Picasso is back. Com peças que parecem fragmentadas e lembram colagens, a coleção resgata elementos do cubismo, movimento artístico que celebra a liberdade criativa. Com muitas cores, texturas e estampas, uma coisa é certa: Ronald van der Kemp cria com a paixão de quem quer se divertir.