A empoderada, Fabi Saba

Quando a modelo começou a carreira junto com Gisele Bundchen, na Elite models.

15/11/2016 - por We Pick

Impossível não reparar na beleza e simpatia quando ela aparece em qualquer ambiente. Com um sorriso largo, Fabi Saba sempre recebe as pessoas assim, de bom humor e coração aberto. Essa é a sua principal marca. Aliás, era, pois uma virtude vem ganhando cada vez mais espaço na vida da ex-apresentadora: o empoderamento das mulheres. A paulista radicada em Nova York ganhou as redes sociais quando resolveu abrir e compartilhar um pouco mais da sua intimidade e crescimentos pessoais.

Foram através de ‘desabafos’ que Fabi foi encorajando a outras (e a si mesma!) a conquistar o amor próprio e, principalmente, o ‘stop body shaming’, luta contra os haters e pessoas na internet que ofendem outras pelo corpo que elas têm. Em um bate-papo, Fabi conta como tudo começou, como está sendo voltar ao mundo da moda após um hiato de 16 anos, e como é trabalhar como modelo plus size, ou curvy, para a agência Wilhelmina, a mesma que representa Jordyn Woods, melhor amiga de Kylie Jenner.

WP- Você tem uma carreira com grandes marcos, tanto como modelo quanto como apresentadora. Qual foi a sua maior dificuldade no começo de carreira?
Fabi- No começo, eu ainda me sentia um peixe fora d’agua, eu me achava feia e esquisita e queria provar que eu nem ligava. Bem coisa de adolescente.

WP- Como foi o processo de mudança para NY?
Fabi- Essa decisão foi fácil, porque eu sempre tive vontade de morar na Big Apple. E tudo aconteceu tão rápido, que acho que nem deu muito tempo de pensar. Além disso, me mudei com tudo certo: contrato fechado com agências bacanas e tudo dentro do script. O que pesou foi sentir falta da minha família, não imaginava que sofreria tanto com isso. Sabe aquela coisa de adolescente que acha que já está grande e é autossuficiente?! Mas foi aí que descobri que colo de mãe é algo que a gente sempre precisa.

WP- Hoje em dia você faz um trabalho lindo: tanto como modelo quanto de empoderamento feminino. Como foi esse processo de aceitação do seu corpo?
Fabi- Obrigada! Foi demorado, mas foi muito ligado com a mídia social. Foi recebendo criticas e vendo como essas criticas afetavam outras pessoas que também me seguiam que veio o clique. Ao invés de ficar chateada, eu tinha que me defender para defende-las também. Foi percebendo a beleza das meninas que me escreviam contando suas historias e o quanto era legal eu fazer posts sem make e falando abertamente sobre a pressão da mídia na perfeição do público, que a mudança aconteceu. Comecei a ver que eu também era bonita, que essa empatia e compaixão, esse amor que eu tinha por elas eu comecei a ter pela menina que via no espelho.

WP- Na época de modelo, quais os principais problemas que você via as meninas passarem por causa desse padrão tão restrito de beleza?Fabi- Já vi de tudo: meninas que são magra por natureza, que ficam doentes para alcançar essa magreza imposta vomitando, tomando remédios, não comendo para não ganhar peso… triste.

WP- Agora você inicia uma nova fase na sua carreira, e mostra também que nunca é tarde para fazermos aquilo que amamos. Como está sendo a experiência de começar de novo?
Fabi- Olha, é bom demais!!! Eu falo para as meninas (seguidoras das redes sociais de Fabi) quando vou em um casting(teste para selecionar modelos para um futuro trabalho), mostro toda a experiência, o nervosismo. Quando não consigo o trabalho elas falam: Ah, mama! Que pena! (risos). E eu sempre digo que o que vale é ir atrás, a experiência, a tentativa! Mas já consegui trabalho por aqui e estou super feliz. Não tenho mais problemas com ego, orgulho. Estou começando do zero de novo!

WP- Você acredita que o meio da moda tenha mudado de lá para cá?
Fabi- Sim e muito! O mundo da moda esta mudando para melhor, tendo cada vez mais diversidade de corpo, cor, estilo e gender.

WP- Qual conselho você daria para as meninas que estão começando?
Fabi- Não sejam tão duras com vocês mesmas. A sua saúde física e mental é o mais importante. Faça amizades e não entre em competição com outras meninas, essa carreira é mais gostosa quando ao invés de competir com as outras, se juntar a elas. Todas estão passando as mesmas experiências que nós.

WP- Você tem duas filhas lindas. Como elas veem tudo isso que está acontecendo na sua vida? Você incentivaria elas a entrarem neste mundo da moda?
Fabi- Obrigada! Elas acham legal quando falo que voltei a fazer o que eu gosto, mas a vida delas continua igual. Eu tento sempre que posso manter a rotina. Sobre elas entrarem no mundo da moda, eu nunca incentivei, acho que ser for o caminho delas vai ser, mas não acho que é.

WP Como você vê essa pressão do mundo com as mães? Essa coisa de você ter que estar magra assim que você tem seu filho?
Fabi- Acho isso tão ruim! Só o fato de ter um filho já nos faz passar por tantas coisas (hormônios, pressão para ser uma super mãe, para ter leite, etc…). E nesse momento, você ainda fica se achando um fracasso pois estão te falando constantemente “Olha que incrível! A fulana que teve neném há dois meses já esta com a barriga chapada”. A mulher não precisa dessa pressão. Eu prefiro mostrar a barriguinha mole, o peito dolorido vazando leite, os cabelos bagunçados e o rosto com olheiras e falar: “olha, é normal, vai passar aguenta aí amiga, estamos juntas!”. Acho que precisamos de mais sororidade, empatia, entre as mulheres.

Bate-bola rápido

* Uma paixão?

Minhas meninas

*Uma prioridade?

Minha Família

*O mundo fashion é?

Para mim, trabalho.

*A balança é?

Aonde peso as crianças pro check up no médico

*Fracassar é?

Só uma pedra no caminho, um obstáculo, que pode ensinar lindas lições.

*Se amar é?

Libertador!

 

Por Mai Dornelles
Editora do We Pick

 

 

Fotos: reprodução/divulgação

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