A marca homônima de acessórios comandada por Claudia Arbex é, sem dúvidas, uma das mais queridas na ponte aérea Rio-São Paulo. Com lojas físicas em ambos os endereços, a design reúne clientes apaixonados por suas criações em outros estados e também em solos não brasileiros, como EUA, Europa e Oriente Médio. Com uma trajetória de sucesso iniciada em 2000, quando de fato lançou sua fashion jewelry, a empreendedora paulista já percebia seu amor e afinidade com o universo da moda ainda na infância em Valinhos, sua cidade natal.

Já sua relação com a criação de jóias cresceu em seu primeiro estágio durante a faculdade Santa Marcelina, trabalhando com a consagrada Rose Benedetti, pioneira no mercado de acessórios no Brasil, sendo a única representante das bijuterias de luxo da grife Yves Saint Laurent no Brasil de 1975 a 1990.

“No acervo da Rose, eu me apaixonei por tudo. Vi o mundo dos acessórios e amei todo esse universo. Na faculdade, naquela época, todo mundo queria na verdade fazer roupa. Esse mundo de bijuterias e joias era muito diferente, muito novo. Tudo aconteceu quando eu comecei a fazer estágio. Nós somos muito parceiras hoje, a Rose é uma super professora e que despertou esse dom em mim. Sou muito grata a ela”, relembra Claudia em entrevista ao WePick.

Após o tempo de aprendizado, foi há 22 anos que a designer optou por entrar no mercado com seu próprio negócio. Entre os desafios de iniciar um novo projeto, não faltou certeza na hora de decidir, Claudia sabia o que queria: “Sempre quis fazer bijuteria. Muitas pessoas me questionaram o porquê de não escolher trabalhar com joias, mas eu não queria, Lembro também que naquela época todo mundo usava strass. Comecei assim, vendendo e fazendo opções só para as amigas. Minha primeira coleção mesmo, eu vendi na Daslu” – antiga loja de departamentos de luxo localizada em São Paulo.

Entre os seus desejos para a marca, a empresária e artista valoriza peças que dão vida e confiança às mulheres e sua produção, sempre alinhando tendências e inovações ao seu DNA. E falando em marca registrada, ela relembra as mudanças ocasionadas pela pandemia de Covid-19. Antes, eu tinha como DNA a linha pavão. Essa foi uma das coleções que a gente mais vendeu, um clássico. Mas atualmente, a marca é a família Cristal. Muitas clientes [revendedoras] falam que essas peças salvaram o faturamento de suas lojas nesse período”, comemora.

Sobre o processo de criação e próximos passos, Claudia se vê realizada e, claro, sem a mínima vontade de desacelerar: “As inspirações são algo divino para mim, existem momentos de pesquisas, mas também muitos insights. Eu acho que quanto mais você cria, mais sua mente se volta para isso. Como artista, você cria em tudo. E agora são 22 anos de trabalho, tendo 20 mini coleções por ano. Antes, eu pensava em abrir uma loja aqui, outra ali. A minha cabeça mudou depois desses dois anos. Hoje, enxergo como próximos pontos continuar criando, sendo feliz e realizada. Eu amo trabalhar e sou apaixonada pelo que eu faço”.

Para finalizar, a design faz um balanço de sua caminhada – longa e nem sempre fácil -, mas que sempre esteve em movimento, ‘sempre ia’, como ela mesma diz: “Tem gente que primeiro para, pensa e analisa, eu sou aquela pessoa que sempre vai”.

O esforço e o mérito dessa trajetória são indiscutíveis e a levaram a ser a primeira designer brasileira a ilustrar um catálogo de tendências internacionais Swarovski.