O brilho da designer de joias Camila Klein é natural. Vem de suas inspirações com a natureza, com a arte e, sim, de seus sentimentos. Quando abre espaço para momentos criativos Camila traz o brilho para o mundo, em forma de acessórios, bijoux com design autoral. Nunca teve dúvida de que o caminho seria esse, se inspirando na lembrança da caixinha de joias de sua mãe . Nessa entrevista, Camila conta para o We Pick o que sente sobre suas criações e o que espera para um futuro próximo … e reluzente.

Qual é sua história com os acessórios?
Minha primeira inspiração veio de dentro de casa, com minha mãe, uma mulher à frente do seu tempo. Ela só usava joias diferenciadas, sempre de um jeito muito original. E a sua caixinha de joias me encantava… Ela também teve uma confecção que fazia peças habillé, com pedrarias, que serviram de inspiração para as matérias primas que passei a usar nas minhas coleções de acessórios.

Em algum momento de sua carreira você teve dúvida entre trabalhar com acessórios ou roupas?
Não, nunca tive essa dúvida. O acessório sempre foi minha paixão desde pequena. Mesmo com acesso ao universo do vestuário, eu sempre quis trabalhar com joias.

Quando você produz um shooting, que tipo de inspiração gosta de seguir?
Cada shooting é a tradução, uma impressão em forma de imagem, do que a coleção representa. Então, o shooting busca concretizar o que tenho em mente, o que é bastante desafiador. Por exemplo, quando criei a coleção “Mulheres de Klimt”, foi difícil para mim fazer essa tradução. Apesar de eu ter gostado muito do resultado, esse shooting me marcou, e foi até um pouco frustrante porque eu não consegui traduzir, como artista, o que queria para minha equipe, que mesmo assim, realizou um ótimo trabalho.

Que tipo de imagens, situações e paisagens alimentam sua inspiração?
A minha inspiração vem da própria natureza. A natureza humana, a natureza de todas as coisas. O universo, em si, é uma grande inspiração. As minhas coleções traduzem muito o que está acontecendo comigo no momento. Então, elas tem a ver com as minhas relações, frustrações e descobertas em relação a tudo no mundo. Enfim, como vou enxergando o mundo.

Seu humor e sentimentos te ajudam a criar, então?

Cada coleção nada mais é do que uma extensão do que eu estou vivendo e como estou vivendo. Assim, quando estou muito entusiasmada com a vida, com descobertas, isso se reflete na coleção. Se estou muito envolvida com a parte “burocrática” ou com desafios pessoais mais importantes, acabo tendo mais dificuldade de me aproximar da arte. Por aí.

Como você se prepara para ter momentos criativos?

Eu me organizo para me inspirar e as viagens me ajudam muito nesse processo. Cada uma delas me traz uma experiência, uma percepção em relação às coisas que eu vejo, culturas e universos. Como entrar no museu e ver obras do século 18 ou ver a cultura do século 15, e aí vai. Certa vez, entrei no Museu de Ciência e fiz uma coleção inteira com esse tema. Em outra oportunidade, por ocasião de um evento em que participei em Nova Iorque, aproveitei para comprar um livro num sebo, nas minhas andanças pela cidade. O livro se converteu em inspiração para outra coleção.

Como você define seu público alvo?
A mulher Camila Klein, na verdade, são várias mulheres. Ela pode ser muito autêntica, do tipo que não segue muito as regras de moda. Essa mulher tem personalidade forte está no mercado de trabalho. Eu digo que é uma mulher forte e autêntica porque suas peças são bastante marcantes e ela tem que ser muito corajosa, livre do medo do julgamento do que as pessoas vão falar quando ela usar um colar que cobre todo o colo, por exemplo. A lógica de eu ter coleções com peças pequenas, mais delicadas, é para essa mulher que está despertando essa vontade de ousar. Ela quer experimentar, testar enquanto cria sua expressão.

O que podemos esperar da moda em 2022?
Muito brilho. Sonho em viver com saúde e sem máscara para exibir o sorriso no rosto e espero que em breve todos possam fazer isso.