Balmain renova o clássico, o fresh e o extraordinário

01/10/2021 - por Juliana Lopes

Esse desfile será histórico e nós saberemos. Como toda a temporada atual, aliás. A plateia presencial e digital sente a qualidade de um espetáculo feito com um forte impulso de talento e amor. Parece que boa parte dos diretores criativos disseram “Vamos arrasar mais do que nunca, vamos fazer a melhor semana de moda possível para trazer de volta o poder de sonhar”. Oliveir Rousteing, sem dúvida, foi um desses.

Com apenas 35 anos de idade e já celebrando 10 anos de Balmain, o jovem criativo carrega dentro de si uma extraordinária noção de moda que transborda em tecidos, fendas, franjas, brilhos, ombros, cores, bordados e acessórios. Cada detalhe do que se viu na passarela transpira moda – é perfeita mistura do clássico com o fresh.

O desfile aconteceu em muitas fases, vamos analisar algumas.

O primeiro look já trouxe uma informação de… corpo de fora. Muito de fora. Uma tendência que estamos encontrando em várias marcas. As fendas foram avançando pelo corpo e estamos cada vez mais vendo as curvas. Seguiram-se vários looks com essa proposta.

Passado o primeiro momento ultra sexy, vimos a entrada de looks mais comfy, com peças mais soltas, mais oversized, de olho numa plateia mais jovem, mas ainda assim com o toque Balmain de elegância. As fendas continuam, a aposta em preto e branco também. Ombros são pontos importantes nos looks, sejam de fora como acentuados por ombreiras num design bem geométrico.

Misturando preto e dourado, com um toque de bandage dress e apliques que dão bastante textura, os vestidos vieram bem justos, alguns curtíssimos, e outros super longos, sem muito meio-termo.

O vermelho apareceu em alguns pontos bem isolados, mas chamativos o bastante para percebermos que essa cor vai aparecer nas vitrines do verão europeu (e, quem sabe, das brasileiras). Não só em Balmain mas em outras marcas também.

Houve também um toque de padronagem bem gráfico, sempre no branco e preto e com contrastes definidos. Listras ou petit pois.

A seguir o desfile fez uma pausa. Mudou o cenário ao fundo e o clima geral. E Naomi Campbell abriu essa segunda fase, icônica, em que as supermodels dos anos 90 e da primeira década de 2000 desfilaram looks do acervo da marca que fizeram sucesso em outros tempos. Foi emocionante!

O que deu ainda mais clima de celebração e causou comoção na plateia foi a voz de Beyoncè ao fundo, falando sobre a importância de Olivier Rousteing no mundo da moda. Rousteing foi responsável por trazer juventude à maison, criando um novo caminho de comunicação digital inclusive. Quando tinha apenas 25 anos precisou atravessar preconceitos. Filho adotivo de uma família francesa, foi abandonado quando bebê. Agarrou todas as oportunidades, estudou em Paris e trouxe ares necessários de um novo olhar para a marca, mais moderno, mais livre e inclusivo.

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