Life coaching: a tempestade, o sol e o que você tem a ver com isso

Bruna Fioreti

Bruna Fioreti

Coach de vida e carreira
19/06/2017 - por Bruna Fioreti

Este é um texto sobre ciclos. A existência deles conforta e apavora. Conforta porque, quando estamos num momento ruim, nos apegamos ao conceito de “o mundo dá voltas” para esperar a virada que nos fará voltar ao topo. Apavora porque, quando as coisas vão bem, já começamos a esperar, resignados e calados, o revés que a vida trará. A certeza de que a nossa trajetória é composta de ciclos dá nisso: um otimismo benfeitor e um pessimismo constante, em pílulas.
Eu me lembro de momentos de sofrimento desde a minha adolescência em que recorria ao clássico “depois da tempestade, vem a bonança” para aguentar as pontas até que a vida me trouxesse boas notícias. Enquanto isso, botava meu uniforme e ia de cabeça erguida estudar – os choros que tinha no travesseiro não eram da conta de ninguém. Depois da tempestade viria a bonança, eu sabia.

Mais do que isso: eu sentia. Pensamento gera emoção. Emoção gera atitude. Atitude gera resultado. I’m in charge! É deliciosa e gratificante a sensação de tomar as rédeas da própria vida e trabalhar pelo que quer com uma perspectiva positiva mesmo diante das adversidades. Eu fazia isso, faço ainda, talvez tendo que me esforçar mais para ter certezas que antes brotavam do nada. Mas ainda creio que depois da tempestade vem…

Só que com o passar dos anos a gente aprende que depois da tempestade às vezes vem outra tempestade. Ou um chuvisco ameaçador, que pode virar tempestade de novo. Não dá para controlar a vida nem os ciclos. Dá é para se adaptar e esperar pelo melhor. Porque em algum momento vem o sol. Às vezes demora um pouco, às vezes demora muito e às vezes ele aparece mas naquele momento a gente cochilou.

Repito: a gente não controla as tempestades. Seria uma ilusão pensar assim. Mas há muitas coisas entre a tempestade e a bonança que a gente controla, sim. Controlamos o lugar de onde assistimos à tempestade, controlamos o uso de guarda-chuvas, controlamos o abrigo que construímos ou escolhemos. Controlamos a nossa perspectiva e a nossa atitude diante da tempestade.
Controlamos o estado em que estamos quando o aguaceiro arrefece para se tornar chuva, depois chuvisco, depois sol.

Controlamos também como reagimos aos dias de sol, se nos queimamos demais nele, se nos protegemos, se nos certificamos de sair dos nossos abrigos e, de fato, encará-lo. Controlamos a nossa capacidade de aproveitar o sol em vez de esperar todo santo dia a volta da tempestade.
Tanta metáfora pra dizer o que você a essa altura já captou: a gente controla o que dá e aprende a lidar com o que não dá pra controlar. Dentro do escopo que a gente controla está o coaching e, sim, o pensamento positivo e a gratidão, úteis porque geram bem-estar e nos ajudam a vislumbrar o sol e a viver com mais motivação e energia.

Dá para escolher focar na tempestade ou no sol. Ambos existem, são inexoráveis, obedecem à lógica dos ciclos, ainda que de uma forma não tão óbvia quanto gostaríamos. Você não pode mudar isso. Mas todo o resto pode. Quem escolhe sua perspectiva é você.

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